Faculdade de Ciências Antropológicas da Universidade Autônoma de Yucatán. Km de distância. 1 estrada Mérida-Tizimín, trecho Cholul, 97305, Mérida, Yucatán. Palavras-chave: racismo, elites, adolescentes, diferenciação, Yucatán. Key words: racism, elites, youngsters, discrimination, Yucatan. Nessa postagem pretendo também demonstrar-se como os discursos racistas aparecem interligados com os classistas, em um espaço onde não só é permitido discriminar, no entanto que, no ato mesmo que reside a pertença a um grupo.
As boates são locais onde a distinção e a segregação se transformar em algo cotidiano, rotineiro e aprovado. Em 2009, existiam em Mérida diversos centros noturnos, onde os jovens podiam deslocar-se para se divertir. Sexta-feira muda a prática. No Limbo e Sfeera a entrada se restringia, eram noites VIP (very important people), o que significava que somente um direito grupo de jovens tinha permitido a entrada.
na sexta-feira em Vodka eram noites de “nacos”,10 como mencionado quase todos os entrevistados. Nesse dia, tocava um grupo cubano de música latina, e os membros, e também teu consumo, deviam pagar o cover. No sábado, os papéis se investiram, o ambiente seleto era Vodka; a entrada tornava-se ainda mais seletiva, em razão de era o único blog de moda o que os jovens da elite podiam comparecer.
Os cadeneros, como lhes chamava os funcionários que trabalhavam pela porta, decidiam quem passava e com quem não. Nos sábados de Vodka, a principal estratégia pra refutar o acesso a quem não consideravam o “correto” era pedir educadamente a adesão ou cartão VIP que espalham estes estabelecimentos.
os cartões das possuíam geralmente os familiares e amigos dos proprietários, ou os adolescentes integrantes, como dizem em Mérida, “de famílias conhecidas”. Mas, como eu argumentou Afonso (24 anos), essas placas não eram indispensáveis pro acesso: “eu não possuo filiação, não, eu preciso dele, a mim e aos meus amigos já nos conhecem, agora sabem que vamos todos os sábados”.
Ser “popular” em Mérida significa fazer quota de uma rede fechada de relações sociais. VIP o único que te dá são de cortesia pra seus amigos e você, em geral uma VIP é uma bobagem, não serve de nada. O que é o único que não paga?
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O cover, que é de cinquenta pesos, ou melhor, nada. Eu reservo com meu RP e eu tenho a minha mesa onde eu quiser. O que faz com que funcionem os antros é que têm RP muito famosos, muito sérias. No Limbo, no momento em que uma sexta-feira está muito vago lhe chamam o RP dos sábados e dizem “tráete para o teu povo, traz pessoas de preenchimento”. Os RP tinham os números do smartphone de toda a “sua gente”.
Aos seus melhores consumidores lhes chamavam por telefone, para outros, eles enviam mensagens pro seu smartphone e no inbox de seus facebooks, avisándoles que o covil dos aguardava. Como indiquei antes, os cadeneros são outra figura fundamental pro acesso a discotecas.
Eles, ao contrário dos RP, trabalhavam todos os dias e sabiam separar entre a gente de sexta-feira e, aos sábados. Os critérios que usavam variavam muito insuficiente de recinto pra local. Um ex-RP de Vodka me mostrou que ensinavam-lhes fotografias de pessoas sérias que, por qualquer porquê podia continuar de fora.