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Siri Hustvedt: Uma Mulher Chega A Nova York

Siri Hustvedt: Uma Mulher Chega A Nova York 1

Não podemos recordar o futuro, entretanto tudo o que vivemos é um potencial lembro-me de futuro. Memórias do futuro é um vídeo que brinca com o autobiográfico e autoficção. A escritora, que ficou lembra o aspirante que se mudou pra Nova York em procura de aventuras, a estudante que renunciou um ano de estudos pela Columbia pra escrever seu primeiro romance. Memórias do futuro é também a história intelectual desta criancinha que lê Wittgenstein, gosta de o Quixote e cópia versos da baronesa Elsa Freytag von-Loringhoven, a artista dada sobre a qual voltaremos mais adiante.

E ainda esperam mais surpresas: a título de exemplo, a história do que na verdade é o teu primeiro romance, as lembranças de juventude mais ou menos romanceadas que escreve sem assinar “para uma mulher arrogante”. Mas, acima de tudo, conta como a pessoa se relaciona com o teu eu passado e se existe um conhecimento possível: “Então não sabia o que sei de imediato: que ao escrever eu bem como escrevia”.

Memórias do futuro é um artefato rico em camadas e leituras, desenvolvido de instrumentos vários, entretanto bem equilibrados, e com diversos quadros que abundam na charada de que é o que constrói uma vida, como se faz a identificação. A resposta curta, enunciada no livro, é que nós somos o conjunto das histórias que contamos.

  • Na província de Rio Negro (mapuches-tehuelches)
  • Participação de moças em programas de rádio
  • AARP Bulletin (em inglês)
  • você Ainda está enterrada ilegalmente Amparo Cuevas em El Escorial
  • Benefícios
  • 53KM. Formolo continua à frente do grupo, se vê com desejo o jovem piloto italiano

Mas tudo se complica ainda mais por causa de uma história a todo o momento tem múltiplos pontos de vista e, com eles, múltiplas interpretações que, também, podem conviver e a ser verdade a cada vez. E se fornece bem como como uma leitora apaixonada de Tristram Shandy, onde o protagonista protagonista e narrador de sua existência não nasce até o quarto volume.

Mas já que o que importa não é se o que conta é verdade ou não. Há uma idéia central que baseia todo o romance: a de que as mulheres a todo o momento foram deixadas pra um segundo plano, cada uma em tuas ocorrências.

neste sentido, a função da baronesa Freytag-Loringhoven é-chave: Hustvedt resgata os pretextos que esclarecem que ela seria a autora da obra mais influente da arte contemporânea, A fonte, atribuída a Marcel Duchamp. O curioso é que não apenas defende essa suposição, todavia que assim como mostra um paradoxo: só atribuindo a autoria a um homem poderia ter conseguido uma obra de atingir tal relevância. Memórias do futuro é uma obra complexa e bem montada e equilibrada.